(Adélia Prado)
Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo.
Não é
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
domingo, 25 de novembro de 2007
Arnaldo Antunes
Hoje vou postar duas músicas do Arnaldo Antunes. Todo mundo sabe que o adoro por ser um verdadeiro poeta. É uma pessoa que tem um cuidado incrível com a linguagem. O curioso é que as músicas que vou postar vêm em seguida uma da outra, no CD "Um som", e tratam da mesma situação, mas sob perspectivas diferentes. Não só. Uma foi feita em parceria com o Paulo Leminski e a outra com a Alice Ruiz, mulher dele. Lá vai:
SOCORRO
Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir.
Socorro, alguma alma, mesmo que penada
Me empreste suas penas.
Já não sinto amor nem dor
Já não sinto nada.
Socorro, alguém me dê um coração.
Que esse já não bate nem apanha.
Por favor, uma emoção pequena,
Qualquer coisa.
Qualquer coisa que se sinta,
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva.
Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento,
Acostamento,
Encruzilhada.
Socorro, eu já não sinto nada.
ALÉM ALMA
Meu coração lá de longe
Faz sinal que quer voltar.
Já no peito trago em bronze:
NÃO TEM VAGA NEM LUGAR.
Pra que me serve um negócio
Que não cessa de bater
Mais me parece um relógio
Que acaba de enlouquecer.
Pra que é que eu quero quem chora
Se eu estou tão bem assim
E o vazio que vai lá fora
Cai macio dentro de mim?
SOCORRO
Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir.
Socorro, alguma alma, mesmo que penada
Me empreste suas penas.
Já não sinto amor nem dor
Já não sinto nada.
Socorro, alguém me dê um coração.
Que esse já não bate nem apanha.
Por favor, uma emoção pequena,
Qualquer coisa.
Qualquer coisa que se sinta,
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva.
Socorro, alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento,
Acostamento,
Encruzilhada.
Socorro, eu já não sinto nada.
ALÉM ALMA
Meu coração lá de longe
Faz sinal que quer voltar.
Já no peito trago em bronze:
NÃO TEM VAGA NEM LUGAR.
Pra que me serve um negócio
Que não cessa de bater
Mais me parece um relógio
Que acaba de enlouquecer.
Pra que é que eu quero quem chora
Se eu estou tão bem assim
E o vazio que vai lá fora
Cai macio dentro de mim?
sábado, 24 de novembro de 2007
Ai
Composição de Tata Fernandes e Kleber Albuquerque, perfeita pra ser ouvida na voz do Rubi.
Deu meu coração de ficar dolorido
Arrasado num profundo pranto
Deu meu coração de falar esperanto
Na esperança de ser compreendido.
Deu meu coração equivocado
Deu de desbotar o colorido
Deu de sentir-se apagado
Desiluminado
Desacontecido.
Deu meu coração de ficar abatido
De bater sem sentido
Meu coração surrado
Deu de arrancar o curativo
Deu de cutucar o machucado.
Deu de inventar palavra
Pra curar de significado
O escuro aço denso do silêncio
De um coração trespassado.
Deu meu coração de ficar dolorido
Arrasado num profundo pranto
Deu meu coração de falar esperanto
Na esperança de ser compreendido.
Deu meu coração equivocado
Deu de desbotar o colorido
Deu de sentir-se apagado
Desiluminado
Desacontecido.
Deu meu coração de ficar abatido
De bater sem sentido
Meu coração surrado
Deu de arrancar o curativo
Deu de cutucar o machucado.
Deu de inventar palavra
Pra curar de significado
O escuro aço denso do silêncio
De um coração trespassado.
Esperando aviões
Essa música eu escutei hoje pela primeira vez no rádio do carro, voltando do estúdio. Perguntei pro motorista de quem era e ele disse que não tinha certeza se era do Chico Science ou do Chico César. Pesquisei e descobri que não é de Chico nenhum. É do Vander Lee.
Meus olhos te viram triste
Olhando pro infinito
Tentando ouvir o som do próprio grito
E o louco que ainda me resta
Só quis te levar pra festa
Você me amou de um jeito tão aflito.
Que eu queria poder te dizer sem palavras
Eu queria poder te cantar sem canções
Eu queria viver morrendo em sua teia
Seu sangue correndo em minha veia
Seu cheiro morando em meus pulmões.
Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia.
Sou pista vazia esperando aviões
Sou o lamento no canto da sereia
Esperando o naufrágio das embarcações.
Meus olhos te viram triste
Olhando pro infinito
Tentando ouvir o som do próprio grito
E o louco que ainda me resta
Só quis te levar pra festa
Você me amou de um jeito tão aflito.
Que eu queria poder te dizer sem palavras
Eu queria poder te cantar sem canções
Eu queria viver morrendo em sua teia
Seu sangue correndo em minha veia
Seu cheiro morando em meus pulmões.
Cada dia que passo sem sua presença
Sou um presidiário cumprindo sentença
Sou um velho diário perdido na areia
Esperando que você me leia.
Sou pista vazia esperando aviões
Sou o lamento no canto da sereia
Esperando o naufrágio das embarcações.
Outro blog?
Pois é, viciei. Mas a proposta deste blog é diferente e não quis misturar. Como diz o nome, a proposta aqui é citar, ou seja, copiar textos dos outros. Devidamente creditados, claro. Ou melhor, escrever versos, letras de música, poemas, frases, enfim... Tudo que outros escreveram que eu ache interessante. Simplesmente uma coletânea selecionada por mim!
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