Música de Ivan Lins, que, para mim, é a que melhor fala sobre separação.
Quebrei o teu prato
Tranquei o meu quarto
Bebi teu licor.
Arrumei a sala
Já fiz tua mala
Pus no corredor.
Eu limpei minha vida
Te tirei do meu corpo
Te tirei das entranhas
Fiz um tipo de aborto
E por fim nosso caso acabou
Está morto.
Jogue a cópia da chave
Por debaixo da porta
Que é pra não ter motivo
De pensar numa volta
Fique junto dos teus
Boa sorte e adeus.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Metade
(Oswaldo Montenegro)
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
E a outra metade um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
E a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é a canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
E a outra metade um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
E a outra metade não sei.
Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é a canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
sábado, 15 de dezembro de 2007
Pablo Neruda
Nem tenho a ilusão de que alguém tenha paciência pra ler este poema inteiro. Mas como eu o amo, nunca o encontro e acabei de achá-lo em um disquete que logo não funcionará, é minha oportunidade de arquivá-lo.
O CÓRREGO E A FLOR
I
Um pouco do meu sangue
Escorre nas linhas firmes
Da tristeza sem igual,
Uma tristeza manchada,
Mas brilhante.
Aqui é o lugar onde
O passado se move
Com passos derretendo
Em poças de espelho
Trazendo a história de um amor
Insensato, como as esperanças
Existentes nas pupilas
Dos cães danados.
Desço no porão da morte
E o tapete de insetos azuis
Acaricia meus pés sujos.
O manto de sombra
Cobre meu corpo
Como o frio dos caixões.
São os dias em migalhas
Diante das lembranças
Do teu corpo.
Teu hálito entregue como
Doação à minha alma,
Recendendo esperança
Em cânticos eternos.
II
Te encontro dentro da esfera
E firmo-me em tua ausência
Sinto o pulo covarde
Do meu coração perdido
Por saber que tua mão
Não cabia dentro das minhas.
Dor dentro da dor,
E era apenas você,
Mas eu morri demais
Para encontrá-la.
Este cadáver que adere
Sobre os pêlos do peito
E faz-me lembrar do
Vento caminhando vacilante
E trazendo no dorso
As tristezas do brilho escuro
De todas estações.
Já gastei todas minhas vidas
No avesso dos dias,
E tenho, agora, os ásperos
Anúncios da tua voz
Amaldiçoando-me pela
Débil luz que chega
Da estrela morta.
Mas tenho fé no amor
Que une os humilhados
Mendigos do amor.
Já gastei todas minhas vidas
No avesso dos dias,
E tenho, agora, os ásperos
Anúncios da tua voz
Amaldiçoando-me pela
Débil luz que chega
Da estrela morta.
Mas tenho fé no amor
Que une os humilhados
Mendigos do amor.
III
São pedaços que exalam
Ilusões petrificadas
Em ilusões.
Meus antepassados mexem
Nas tumbas e erguem para
Caminharem através dos corredores
Dos ventos presos à escuridão.
Minha amada, tu desfaleces,
E não posso te conter,
Pois meus braços, embora fortes,
Estão rígidos pela geadaDe sonhos loucos.
Sofro demais e trago as manhãs
Da minha adolescência
Em que dei às outras mulheres
O que sempre foi teu.
E o mais doloroso não foi
A entrega da carne,
Mas das ilusões que seriamVerdadeiras junto a ti.
IV
A luta é amar, amar até
Desamar. . .
Amar tudo e todos.
Aproximar o ódio do amor,
E assim viver abundantemente.
A chuva quando cai
Transforma-se em flores
E, depois, em lâminas para ceifar
As mesmas flores.
Nossos filhos choram
Por perceberem que
Sentimos fome de
Palavras de relâmpagos.
Que a carência do toque
Lírico nos faz ser grandes
De abandono e solidão
Devido à lembrança
Do morto sonho.
V
Sei que a vingança
Paira sobre os campos
De violetas.
Sei que a vingança
Paira no fruto
Bicado pelos pássaros
De asas de fogo.
Sei que a vingança
Está em teu olhar e
Se dará através das invocações
Poderosas, inspiradas
Pelas feiticeiras que habitam
O estômago das matas virgens.
Mas o momento se aproxima
E te amo!
Pois sei que a vingança
É tua forma de aproximar
O ódio do amor.
Tudo sendo engolido
Como as distâncias.
Sou ruína e ninguém
Atreve-se a remover as
Pedras, os utensílios e os
Soterrados corpos
Esmagados que espantam
As aves de rapinas.
VI
Às vezes sinto o galopar
Do futuro na tua respiração
A quilômetros de distâncias e
Na saliva que tua língua traz
E entrega ao meu paladar.
O futuro certo que se fez
No incerto passado.
Ah amada, quero dar-lhe
Meu sonho em sacrifício,
Dizer que não a tenho mais,
E ver que tudo naufragou.
E as asas da minha alma
Foram decepadas e entregues
Aos pássaros negros.
É chegada a hora... e o tempo
Terminou... e continuará sempre.
As águas na superfície
São agitadas, mas nas profundezas
Há uma população de silêncio.
Quando solta-se o rugido de ira
O peito se esvazia, emudece
O interior do ser sofrido.
Sou vazio, sou transbordante.
Sou dor, sou alegria incontida.
Meus joelhos dobram-se,
Mas os braços estão erguidos
Em busca do infinito.
VII
Não quero ser tomado pelo sono
Quero meus olhos como janelas
Abertas para as formas,
Cheiros, texturas e sabores.
Mas também quero receber
A noite, quando vier,
Abraçando seu corpo suave e
Quente e encontrando minha face
Em sua face fria.
Entregar-me em seus sonhos
Ardentes, descer através de suas
Escadas escorregadias
Que trazem as sombras... Ah, doce noite dos mortos!
Sombras que são seres
Com corpos remendados,
Implorando quem queira
Receber seus sentimentos em
Estado de putrefação.
A liberdade para partida
É desistir desse fardo de sentimentos
Que contém esses fragmentos
Mortos que causam sofrimentos.
Temos que enterrar nossos mortos
Esquecê-los sob a terra
E cultivar um jardim de rosas
Brancas, vermelhas e lilases,
E, num canto maior, semear
Sementes de trigoPara transformar carne em pão.
VIII
Naquela morada do passado
Onde o sol luarento
Dissolvia os telhados de cristais,
A muralha de montanhas
Oferecia a névoa aos olhos.
Só isso posso,
Como aquelas montanhas,
Te oferecer: - névoa!!!
Porque sou incorpóreo.
Poderei apenas lhe pagar minha
Dívida em sonho, em cantiga,
Em estrela, em amor.
Ou em amanhecer ou anoitecer.
Nada mais posso oferecer.
Talvez sejam os últimos versos
De névoa que arranco do
Meu ventre através da porta
Do peito, porque é toda canção
Que sei entoar!
É um canto em corpo
Que existe na ausência
Contida no sopro do vento,
Que desvirgina as árvores
Em sua primeira floração.
IX
Surge tua forma na noite
Em que estou.
Tua forma com todas as delicias
Do inferno.
As veias vibram e a embriaguez
Retira os pés do chão.
E assim como viciado o suor frio
Vasculha o recente e remoto passado.
Ainda floresce em cantos,
Ainda rompe em correntezas.
Tudo parece não existir mais,
Porém tantos são os vestígios.
Principalmente, o amor em ódio,
O leve toque das mãos
Que transforma-se em bofetadas.
O olhar profundo como pétalas
Que transforma-se em punhais mortais.
O paladar de néctar
Que transforma-se em fel amargo.
Eis as provas maiores
Da existência desse amor.
E isso é tudo.
Juntos fizemos um desvio
Na rota do destino.
Mas nada deixa de existir
Os caminhos estão ali
Com nossas pegadas
Indelevelmente impressas.
X
Cavo teu ventre com minhas
Mãos rudes de lavrador
E os filhos que deveríamos ter
Estão chorando pela orfandade.
Já não posso evitar de virar
As costas e partir
Com o olhar de marinheiro,
Que deixa em cada cais
O amor de sua vida, e assim
Lamenta, mas é inevitável
A partida.
Fica para traz a história
E surge jazigo de beijos.
Só as silhuetas da noite
Retorcem em minhas mãos.
Tenho que partir... mas...
Pressinto que para onde vá
Estarás me esperando
Para entregar-me o doce
Mel do teu sexo.
Pressinto o crepúsculo
Em cópula com a aurora.
Pressinto um adeus
Metamorfoseando em dia
De festa em que eu,
O amante pródigo,
Receberei o teu corpo
Em banquete.
XI
As colinas enterradas
Nas memórias dos séculos
Estão agitadas pelos passos
Do presente na avenida
Com seus habitantes gigantescos
De olhos e bocas retangulares.
A luz cinza da cidade
Não tirou o brilho profundo
Contido em teu olhar
Que desvenda as eras mais remotas.
Aquela cidade sentia a paz
E nos banhava os corpos
Com o mais lindo entardecer,
Mesmo sabendo da tua partida.
Num momento nos disse,
Na respirações dos seus prédios,
Que prendêssemos na retina
Uma parte da nossa história
Nas calçadas da suas avenidas.
Ficou o sol manchado
E na noite e no dia vejo o sofrimento
Dos seres metropolitanos que,
Naquele dia mágico, deixam
Escrito nas intermináveis
Paredes do poluído ar
Suas dores silenciosas.
Passamos rapidamente
Com nossa paixão pulsando,
Mas ouvimos os soluços dos muros
E as esfaceladas sombras dos maltratados
mesmo na maior das avenidas.
XII
As fogueiras ainda estão acesas
Trepidando suas chamas ardentes
Que incineram a magia do sonho.
Dois seres malditos
Põem-se a descer pelas ruas
Lúgubres e fétidas que conduzem
À estação de trem onde
O réptil de aço serpenteia.
Muito perto dali
Encontra-se o domínio
Dos coroados de ódio
Que carregam seus cetros
Com jóias que ferem
As peles do corpo e da alma.
Olho o tato do teu rosto
Que olhou com meus olhos
Com olhos de vaga lume
Aceitando a direção dada
Pelas minhas mãos
Imaculadas pelas paixões
Que resvalam pelo teu corpo
Branco despoluindo
A cidade por onde nosso
Amor voltava a renascer.
XIII
Silêncio
Preso na cúpula do vácuo.
Te perdi outra vez na curva
Do espaço e do tempo.
Só restou o rouco orvalho
Dos teus cabelos,
E a sede nos meus lábios
pela secura da tua real ausência.
Silêncio
Linguagem mais precisa
De Deus que está afogando
Envolto em melodias.
Resta-me descodificar
Os arcanos antigos
Contidos na perfeita união
Dos nossos corpos.
Silêncio
Precipitar mantendo-se inerte
Cegar os olhos
Para ver o invisível
E emudecer os ouvidos
Para escutar as músicas das esferas.
Compor versos na textura
Da neblina do anoitecer
Para tornar-se um Deus.
XIV
Se meu canto é dor
A dor é mais tua
Que suportou o abandono,
Mesmo se cobrindo com
Areia movediça que sufocou
Teu grito, mas eu percebi a dor e
Meus versos perderam a voz.
A tristeza é tua
E agitou quando teus
Olhos apagaram-se
Fugindo da luz para
Não retirar a mortalha que
Revestia o corpo do companheiro
Morto, que já não cabe
Nestas páginas de branca pureza.
Ah,
Uma vastidão de tristeza aérea
Como um punhal alado
Cortando a noite
E expulsando os astros noturnos.
E a cigarra muda
Abandona seu canto após
Despedir-se do córrego encarcerado
No concreto da avenida,
Por querer se manter ao lado
Da flor de laranjeira
lançada, num dia de sol, Sobre sua margem.
XV
Meu sonho não deve ser visto
Sobre a manhã impercebida
Pelos primeiros pássaros.
Os versos que ainda componho
É o grito preso no vácuo
Ou o eco que morreu nas
Frestas da montanha.
Devo dizer o último adeus
Com as mãos decepadas e
Os olhos arrancados.
Eu que a beijei tantas vezes
Em tão pouco tempo.
Ainda sinto
Tua boca úmida no prazer
Sob o céu infinito.
A lua está em sua fase
Minguante e eu a perdi.
Ao longe alguém geme
Em plena agonia
Como se faltasse apenas
O golpe de misericórdia.
Ao longe
Minha voz procura a brisa
Da noite para tocar teu ouvido.
Ah,
Num inicio de noite,
Como esta, a tive em meus braços
E rezei usando meus versos
Diante do altar do teu colo.
E a noite foi dia como
O passado foi presente.
O CÓRREGO E A FLOR
I
Um pouco do meu sangue
Escorre nas linhas firmes
Da tristeza sem igual,
Uma tristeza manchada,
Mas brilhante.
Aqui é o lugar onde
O passado se move
Com passos derretendo
Em poças de espelho
Trazendo a história de um amor
Insensato, como as esperanças
Existentes nas pupilas
Dos cães danados.
Desço no porão da morte
E o tapete de insetos azuis
Acaricia meus pés sujos.
O manto de sombra
Cobre meu corpo
Como o frio dos caixões.
São os dias em migalhas
Diante das lembranças
Do teu corpo.
Teu hálito entregue como
Doação à minha alma,
Recendendo esperança
Em cânticos eternos.
II
Te encontro dentro da esfera
E firmo-me em tua ausência
Sinto o pulo covarde
Do meu coração perdido
Por saber que tua mão
Não cabia dentro das minhas.
Dor dentro da dor,
E era apenas você,
Mas eu morri demais
Para encontrá-la.
Este cadáver que adere
Sobre os pêlos do peito
E faz-me lembrar do
Vento caminhando vacilante
E trazendo no dorso
As tristezas do brilho escuro
De todas estações.
Já gastei todas minhas vidas
No avesso dos dias,
E tenho, agora, os ásperos
Anúncios da tua voz
Amaldiçoando-me pela
Débil luz que chega
Da estrela morta.
Mas tenho fé no amor
Que une os humilhados
Mendigos do amor.
Já gastei todas minhas vidas
No avesso dos dias,
E tenho, agora, os ásperos
Anúncios da tua voz
Amaldiçoando-me pela
Débil luz que chega
Da estrela morta.
Mas tenho fé no amor
Que une os humilhados
Mendigos do amor.
III
São pedaços que exalam
Ilusões petrificadas
Em ilusões.
Meus antepassados mexem
Nas tumbas e erguem para
Caminharem através dos corredores
Dos ventos presos à escuridão.
Minha amada, tu desfaleces,
E não posso te conter,
Pois meus braços, embora fortes,
Estão rígidos pela geadaDe sonhos loucos.
Sofro demais e trago as manhãs
Da minha adolescência
Em que dei às outras mulheres
O que sempre foi teu.
E o mais doloroso não foi
A entrega da carne,
Mas das ilusões que seriamVerdadeiras junto a ti.
IV
A luta é amar, amar até
Desamar. . .
Amar tudo e todos.
Aproximar o ódio do amor,
E assim viver abundantemente.
A chuva quando cai
Transforma-se em flores
E, depois, em lâminas para ceifar
As mesmas flores.
Nossos filhos choram
Por perceberem que
Sentimos fome de
Palavras de relâmpagos.
Que a carência do toque
Lírico nos faz ser grandes
De abandono e solidão
Devido à lembrança
Do morto sonho.
V
Sei que a vingança
Paira sobre os campos
De violetas.
Sei que a vingança
Paira no fruto
Bicado pelos pássaros
De asas de fogo.
Sei que a vingança
Está em teu olhar e
Se dará através das invocações
Poderosas, inspiradas
Pelas feiticeiras que habitam
O estômago das matas virgens.
Mas o momento se aproxima
E te amo!
Pois sei que a vingança
É tua forma de aproximar
O ódio do amor.
Tudo sendo engolido
Como as distâncias.
Sou ruína e ninguém
Atreve-se a remover as
Pedras, os utensílios e os
Soterrados corpos
Esmagados que espantam
As aves de rapinas.
VI
Às vezes sinto o galopar
Do futuro na tua respiração
A quilômetros de distâncias e
Na saliva que tua língua traz
E entrega ao meu paladar.
O futuro certo que se fez
No incerto passado.
Ah amada, quero dar-lhe
Meu sonho em sacrifício,
Dizer que não a tenho mais,
E ver que tudo naufragou.
E as asas da minha alma
Foram decepadas e entregues
Aos pássaros negros.
É chegada a hora... e o tempo
Terminou... e continuará sempre.
As águas na superfície
São agitadas, mas nas profundezas
Há uma população de silêncio.
Quando solta-se o rugido de ira
O peito se esvazia, emudece
O interior do ser sofrido.
Sou vazio, sou transbordante.
Sou dor, sou alegria incontida.
Meus joelhos dobram-se,
Mas os braços estão erguidos
Em busca do infinito.
VII
Não quero ser tomado pelo sono
Quero meus olhos como janelas
Abertas para as formas,
Cheiros, texturas e sabores.
Mas também quero receber
A noite, quando vier,
Abraçando seu corpo suave e
Quente e encontrando minha face
Em sua face fria.
Entregar-me em seus sonhos
Ardentes, descer através de suas
Escadas escorregadias
Que trazem as sombras... Ah, doce noite dos mortos!
Sombras que são seres
Com corpos remendados,
Implorando quem queira
Receber seus sentimentos em
Estado de putrefação.
A liberdade para partida
É desistir desse fardo de sentimentos
Que contém esses fragmentos
Mortos que causam sofrimentos.
Temos que enterrar nossos mortos
Esquecê-los sob a terra
E cultivar um jardim de rosas
Brancas, vermelhas e lilases,
E, num canto maior, semear
Sementes de trigoPara transformar carne em pão.
VIII
Naquela morada do passado
Onde o sol luarento
Dissolvia os telhados de cristais,
A muralha de montanhas
Oferecia a névoa aos olhos.
Só isso posso,
Como aquelas montanhas,
Te oferecer: - névoa!!!
Porque sou incorpóreo.
Poderei apenas lhe pagar minha
Dívida em sonho, em cantiga,
Em estrela, em amor.
Ou em amanhecer ou anoitecer.
Nada mais posso oferecer.
Talvez sejam os últimos versos
De névoa que arranco do
Meu ventre através da porta
Do peito, porque é toda canção
Que sei entoar!
É um canto em corpo
Que existe na ausência
Contida no sopro do vento,
Que desvirgina as árvores
Em sua primeira floração.
IX
Surge tua forma na noite
Em que estou.
Tua forma com todas as delicias
Do inferno.
As veias vibram e a embriaguez
Retira os pés do chão.
E assim como viciado o suor frio
Vasculha o recente e remoto passado.
Ainda floresce em cantos,
Ainda rompe em correntezas.
Tudo parece não existir mais,
Porém tantos são os vestígios.
Principalmente, o amor em ódio,
O leve toque das mãos
Que transforma-se em bofetadas.
O olhar profundo como pétalas
Que transforma-se em punhais mortais.
O paladar de néctar
Que transforma-se em fel amargo.
Eis as provas maiores
Da existência desse amor.
E isso é tudo.
Juntos fizemos um desvio
Na rota do destino.
Mas nada deixa de existir
Os caminhos estão ali
Com nossas pegadas
Indelevelmente impressas.
X
Cavo teu ventre com minhas
Mãos rudes de lavrador
E os filhos que deveríamos ter
Estão chorando pela orfandade.
Já não posso evitar de virar
As costas e partir
Com o olhar de marinheiro,
Que deixa em cada cais
O amor de sua vida, e assim
Lamenta, mas é inevitável
A partida.
Fica para traz a história
E surge jazigo de beijos.
Só as silhuetas da noite
Retorcem em minhas mãos.
Tenho que partir... mas...
Pressinto que para onde vá
Estarás me esperando
Para entregar-me o doce
Mel do teu sexo.
Pressinto o crepúsculo
Em cópula com a aurora.
Pressinto um adeus
Metamorfoseando em dia
De festa em que eu,
O amante pródigo,
Receberei o teu corpo
Em banquete.
XI
As colinas enterradas
Nas memórias dos séculos
Estão agitadas pelos passos
Do presente na avenida
Com seus habitantes gigantescos
De olhos e bocas retangulares.
A luz cinza da cidade
Não tirou o brilho profundo
Contido em teu olhar
Que desvenda as eras mais remotas.
Aquela cidade sentia a paz
E nos banhava os corpos
Com o mais lindo entardecer,
Mesmo sabendo da tua partida.
Num momento nos disse,
Na respirações dos seus prédios,
Que prendêssemos na retina
Uma parte da nossa história
Nas calçadas da suas avenidas.
Ficou o sol manchado
E na noite e no dia vejo o sofrimento
Dos seres metropolitanos que,
Naquele dia mágico, deixam
Escrito nas intermináveis
Paredes do poluído ar
Suas dores silenciosas.
Passamos rapidamente
Com nossa paixão pulsando,
Mas ouvimos os soluços dos muros
E as esfaceladas sombras dos maltratados
mesmo na maior das avenidas.
XII
As fogueiras ainda estão acesas
Trepidando suas chamas ardentes
Que incineram a magia do sonho.
Dois seres malditos
Põem-se a descer pelas ruas
Lúgubres e fétidas que conduzem
À estação de trem onde
O réptil de aço serpenteia.
Muito perto dali
Encontra-se o domínio
Dos coroados de ódio
Que carregam seus cetros
Com jóias que ferem
As peles do corpo e da alma.
Olho o tato do teu rosto
Que olhou com meus olhos
Com olhos de vaga lume
Aceitando a direção dada
Pelas minhas mãos
Imaculadas pelas paixões
Que resvalam pelo teu corpo
Branco despoluindo
A cidade por onde nosso
Amor voltava a renascer.
XIII
Silêncio
Preso na cúpula do vácuo.
Te perdi outra vez na curva
Do espaço e do tempo.
Só restou o rouco orvalho
Dos teus cabelos,
E a sede nos meus lábios
pela secura da tua real ausência.
Silêncio
Linguagem mais precisa
De Deus que está afogando
Envolto em melodias.
Resta-me descodificar
Os arcanos antigos
Contidos na perfeita união
Dos nossos corpos.
Silêncio
Precipitar mantendo-se inerte
Cegar os olhos
Para ver o invisível
E emudecer os ouvidos
Para escutar as músicas das esferas.
Compor versos na textura
Da neblina do anoitecer
Para tornar-se um Deus.
XIV
Se meu canto é dor
A dor é mais tua
Que suportou o abandono,
Mesmo se cobrindo com
Areia movediça que sufocou
Teu grito, mas eu percebi a dor e
Meus versos perderam a voz.
A tristeza é tua
E agitou quando teus
Olhos apagaram-se
Fugindo da luz para
Não retirar a mortalha que
Revestia o corpo do companheiro
Morto, que já não cabe
Nestas páginas de branca pureza.
Ah,
Uma vastidão de tristeza aérea
Como um punhal alado
Cortando a noite
E expulsando os astros noturnos.
E a cigarra muda
Abandona seu canto após
Despedir-se do córrego encarcerado
No concreto da avenida,
Por querer se manter ao lado
Da flor de laranjeira
lançada, num dia de sol, Sobre sua margem.
XV
Meu sonho não deve ser visto
Sobre a manhã impercebida
Pelos primeiros pássaros.
Os versos que ainda componho
É o grito preso no vácuo
Ou o eco que morreu nas
Frestas da montanha.
Devo dizer o último adeus
Com as mãos decepadas e
Os olhos arrancados.
Eu que a beijei tantas vezes
Em tão pouco tempo.
Ainda sinto
Tua boca úmida no prazer
Sob o céu infinito.
A lua está em sua fase
Minguante e eu a perdi.
Ao longe alguém geme
Em plena agonia
Como se faltasse apenas
O golpe de misericórdia.
Ao longe
Minha voz procura a brisa
Da noite para tocar teu ouvido.
Ah,
Num inicio de noite,
Como esta, a tive em meus braços
E rezei usando meus versos
Diante do altar do teu colo.
E a noite foi dia como
O passado foi presente.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
A seta e o alvo
(Paulinho Moska / Nilo Romero)
Eu falo de amor à vida
Você, de medo da morte
Eu falo da força do acaso
E você, de azar ou sorte.
Eu ando num labirinto
E você, numa estrada em linha reta
Te chamo pra festa
Mas você só quer atingir sua meta
sua meta.
É a seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera
Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros
Eu digo: "Te amo"
E você só acredita quando eu juro.
Eu lanço minha alma no espaço
Você pisa os pés na terra
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era
E o que era?
Era a seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera
Eu grito por liberdade
Você deixa a porta se fechar
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.
Eu corro todos os riscos
Você diz que não tem mais vontade
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com a metade.
É a meta de uma seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada
Quando se parte rumo ao nada?
Eu falo de amor à vida
Você, de medo da morte
Eu falo da força do acaso
E você, de azar ou sorte.
Eu ando num labirinto
E você, numa estrada em linha reta
Te chamo pra festa
Mas você só quer atingir sua meta
sua meta.
É a seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera
Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros
Eu digo: "Te amo"
E você só acredita quando eu juro.
Eu lanço minha alma no espaço
Você pisa os pés na terra
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era
E o que era?
Era a seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera
Eu grito por liberdade
Você deixa a porta se fechar
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.
Eu corro todos os riscos
Você diz que não tem mais vontade
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com a metade.
É a meta de uma seta no alvo
Mas o alvo, na certa não te espera
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada
Quando se parte rumo ao nada?
sábado, 8 de dezembro de 2007
Amor Amor
de Sueli Costa
Quando o mar
Quando o mar tem mais segredo
Não é quando ele se agita
Nem é quando é tempestade
Nem é quando é ventania
Quando o mar tem mais segredo
É quando é calmaria.
Quando o amor
Quando o amor tem mais perigo
Não é quando ele se arrisca
Nem é quando ele se ausenta
Nem quando eu me desespero
Quando o amor tem mais perigo
É quando ele é sincero.
Quando o mar
Quando o mar tem mais segredo
Não é quando ele se agita
Nem é quando é tempestade
Nem é quando é ventania
Quando o mar tem mais segredo
É quando é calmaria.
Quando o amor
Quando o amor tem mais perigo
Não é quando ele se arrisca
Nem é quando ele se ausenta
Nem quando eu me desespero
Quando o amor tem mais perigo
É quando ele é sincero.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Música linda da Fátima Guedes
A vida que a gente leva
Não tenho medo de nada porque vivo minha vida
Como quem sorve uma taça de preciosa bebida.
Saboreio lentamente cada hora, cada dia
As coisas que tão somente fazem a minha alegria.
Eu te dou um forte abraço, eu canto, eu digo um agrado
Tudo pra ver teu sorriso, o teu sorriso é sagrado
E às vezes apenas isto é luz que dissipa a treva.
A gente leva da vida, amor, a vida que a gente leva.
Não tenho medo de nada porque vivo minha vida
Como quem sorve uma taça de preciosa bebida.
Saboreio lentamente cada hora, cada dia
As coisas que tão somente fazem a minha alegria.
Eu te dou um forte abraço, eu canto, eu digo um agrado
Tudo pra ver teu sorriso, o teu sorriso é sagrado
E às vezes apenas isto é luz que dissipa a treva.
A gente leva da vida, amor, a vida que a gente leva.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
O livro do riso e do esquecimento
Vou ter que postar aqui um trecho desse livro do Milan Kundera. Esse cara é uma das pessoas que mais entende a alma humana. Incrível. Pra pensar:
O que é a litost?
Litost é uma palavra tcheca intraduzível em outras línguas. Sua primeira sílaba, que se pronuncia de maneira longa e acentuada, lembra o lamento de um cachorro abandonado. Para o sentido da palavra, procuro inutilmente um equivalente em outras línguas, embora eu tenha dificuldade de imaginar que se possa compreender a alma humana sem ela.
Vou dar um exemplo: o estudante tomava banho com sua amiga, também estudante, no rio. A moça era esportiva, mas ele nadava muito mal. Não sabia respirar embaixo d'água, nadava devagar, a cabeça nervosamente levantada acima da superfície. A estudante estava tão irracionalmente apaixonada por ele e era tão delicada que nadava quase tão devagar quanto ele. Mas como o horário de banho estava quase na hora de acabar, ela quis dar por um instante livre
curso a seu instinto esportivo e dirigiu-se num crawl rápido à margem oposta. O estudante fez um esforço para nadar mais depressa, mas engoliu água. Sentiu-se diminuído, desmascarado na sua inferioridade física, e sentiu a litost. Lembrou-se de sua infância doentia, sem exercícios físicos e sem amigos, sob o olhar excessivamente afetuoso da mãe e ficou desesperado consigo mesmo e com sua vida. Ao voltarem para casa por um caminho campestre, os dois se conservaram calados. Ferido e humilhado, ele sentia um irresistível desejo de bater nela. O que está acontecendo com você?, perguntou ela, e ele a censurou: ela sabia muito bem que havia correntes perto da outra margem, ele a tinha proibido de nadar daquele lado, porque ela corria o risco de se afogar - e deu-lhe um tapa no rosto. A moça começou a chorar e, diante das lágrimas em seu rosto, ele sentiu pena dela, tomou-a nos braços e sua litost se dissipou.
(...)
A litost funciona como um motor de dois tempos. Ao tormento se segue o desejo de vingança. O objetivo da vingança é conseguir que o parceiro se mostre igualmente miserável. O homem não sabe nadar, mas a mulher que levou o tapa chora. Eles podem, portanto, se sentir iguais e perseverar em seu amor.
Como a vingança nunca pode revelar seu verdadeiro motivo ( o estudante não pode confessar à moça que lhe bateu porque ela nada mais depressa do que ele ), a vingança tem de invocar razões falsas. A litost portanto nunca pode dispensar uma patética hipocrisia.
O que é a litost?
Litost é uma palavra tcheca intraduzível em outras línguas. Sua primeira sílaba, que se pronuncia de maneira longa e acentuada, lembra o lamento de um cachorro abandonado. Para o sentido da palavra, procuro inutilmente um equivalente em outras línguas, embora eu tenha dificuldade de imaginar que se possa compreender a alma humana sem ela.
Vou dar um exemplo: o estudante tomava banho com sua amiga, também estudante, no rio. A moça era esportiva, mas ele nadava muito mal. Não sabia respirar embaixo d'água, nadava devagar, a cabeça nervosamente levantada acima da superfície. A estudante estava tão irracionalmente apaixonada por ele e era tão delicada que nadava quase tão devagar quanto ele. Mas como o horário de banho estava quase na hora de acabar, ela quis dar por um instante livre
curso a seu instinto esportivo e dirigiu-se num crawl rápido à margem oposta. O estudante fez um esforço para nadar mais depressa, mas engoliu água. Sentiu-se diminuído, desmascarado na sua inferioridade física, e sentiu a litost. Lembrou-se de sua infância doentia, sem exercícios físicos e sem amigos, sob o olhar excessivamente afetuoso da mãe e ficou desesperado consigo mesmo e com sua vida. Ao voltarem para casa por um caminho campestre, os dois se conservaram calados. Ferido e humilhado, ele sentia um irresistível desejo de bater nela. O que está acontecendo com você?, perguntou ela, e ele a censurou: ela sabia muito bem que havia correntes perto da outra margem, ele a tinha proibido de nadar daquele lado, porque ela corria o risco de se afogar - e deu-lhe um tapa no rosto. A moça começou a chorar e, diante das lágrimas em seu rosto, ele sentiu pena dela, tomou-a nos braços e sua litost se dissipou.
(...)
A litost funciona como um motor de dois tempos. Ao tormento se segue o desejo de vingança. O objetivo da vingança é conseguir que o parceiro se mostre igualmente miserável. O homem não sabe nadar, mas a mulher que levou o tapa chora. Eles podem, portanto, se sentir iguais e perseverar em seu amor.
Como a vingança nunca pode revelar seu verdadeiro motivo ( o estudante não pode confessar à moça que lhe bateu porque ela nada mais depressa do que ele ), a vingança tem de invocar razões falsas. A litost portanto nunca pode dispensar uma patética hipocrisia.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Carta de Clarice Lispector a uma amiga
"Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro...há certos momentos em que o primeiro dever a realizar é em relação a si mesmo. Quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma em boi. Assim fiquei eu...Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões - cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também a minha força. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por essa mesma mornidão. Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo o que sua vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma. Gostaria mesmo que você me visse e assistisse minha vida sem eu saber. Ver o que pode suceder quando se pactua com a comodidade da alma"
Assinar:
Postagens (Atom)